Os gurus da administração, os executivos experimentados, os recém formados das faculdades, em fim, todos aqueles que têm alguma afinidade com as atividades de gestão, vivem espalhando aos quatro cantos: - Ouçam o cliente! Isso para não falar daquela máxima tão propagada: - O cliente é o rei!
Mas que cliente é esse? Quem é esta entidade, por muitos temida, por outros adorada? Um conceito genérico para cliente poderia ser:
“Toda pessoa ou organização que é afetada pelo processo, ou seja, que adquire ou utiliza um produto ou serviço. Qualquer pessoa ou organização pode ser um cliente.”
Podemos ainda classificá-lo como sendo:
Cliente Externo
Cliente que não pertence à organização que fabrica o produto ou presta o serviço. Pessoa ou organização que recebe ou compra e utiliza um produto ou serviço e que não faz parte da equipe daquela organização.
Cliente interno
Pessoa ou unidade de trabalho, (Setor, Departamento etc.) que recebe o produto ou serviço do fornecedor, dentro da própria organização.
Teoria a parte, neste artigo estou interessado no cliente interno, que nada mais é (como se fosse pouca coisa!) do que o funcionário da empresa.
Ele mesmo. Aquele que muitos esquecem que existe. Sabem que ele está lá, mas vivem procurando uma forma de extirpá-lo da organização. No início dos anos 90 até deram um nome pomposo para esta caçada: downsizing, que literalmente era “cortar cabeças”.
Ainda hoje muitas empresas continuam achando que a melhor forma de reduzir custos e aumentar os lucros é reduzir o quadro.
Tentemos raciocinar um pouco. Se pudermos demitir alguém é porque temos ociosidade. Logo, seria lógico pensar que o ideal não é demitir pessoal, mas sim, aumentar as vendas.
Então aquele menos criativo diria:
- Mas o mercado brasileiro não está comprador!
E eu perguntaria:
- Então por quê vocês não exportam? (Para fins de exemplo vamos desconsiderar o câmbio atual)
Obviamente eu receberia mais uma resposta inteligente:
- É que não somos competitivos internacionalmente. Sabe como é, o custo-Brasil!
Então, com uma dose cavalar de sarcasmo, eu digo:
- Vocês já perguntaram para os funcionários o que pode ser feito para reduzir os custos e tornar a empresa competitiva?
Um silêncio ensurdecedor acompanha o rubor no rosto do meu interlocutor.
Onde estou querendo chegar com essa conversa? Simples. As grandes soluções dos problemas das empresas podem estar dentro de casa. Basta que exercitemos a nossa capacidade de ouvir a voz do cliente interno. Ele está ávido em participar do sucesso da empresa. Dar a sua opinião, ser elemento ativo nesta transformação pela qual as empresas necessariamente deverão passar. Basta para isso que lhe demos a oportunidade. Juntos, empresa e colaboradores podem fazer toda a diferença. Pensem nisto e até a próxima.
John Jackson Buettgen
Administrador, consultor e professor