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Polivalência da mão de obra na célula de manufatura

20 de Setembro de 2017

Polivalencia da mão de obra, indispensável para o nivelamento da produção na célula de manufatura.

A crescente tendência da personalização de produtos de moda cria um grande desafio aos processos de costura relacionados ao aproveitamento da mão de obra disponível e principalmente a flexibilização dos processos produtivos para um ajuste rápido do layout sem perdas de tempo assim viabilizando a produção em pequenos lotes, premissa básica do modelo Lean manufacturing.

É fato que a tecnologia embutida nos equipamentos atuais permite uma constante redução no setup dos mesmos, também os modelos de layout tem seguido esta tendência, a premissa básica é de que a cada dia os lotes de fabricação diminuirão porem o desafio de manter a velocidade de entrega, qualidade e produtividade aumentam numa escalada continua, pois não existem possibilidades de embutir custos desta flexibilidade aos preços dos produtos.

O que observamos neste contexto é que um componente neste ambiente, com certeza o mais critico e importante, esta sendo relegado a um plano secundário. Estamos nos relacionando a mão de obra envolvida no processo de produção, qual a reação das pessoas quando da necessidade de ajustar um layout e trabalhar com um produto diferente ou operar uma maquina diferente?

Como é sabido nós seres humanos não encaramos bem as mudanças, nos acostumamos com alguma coisa e sempre que pressionados a mudar reagimos negativamente, esta é a grande questão, como fazer para obter uma mão de obra flexível que se ajuste rapidamente às necessidades de cada novo fluxo de trabalho sem demandar grandes esforços gerenciais ou outros recursos.

Na implantação de nossos projetos gostamos de considerar o envolvimento de todos os funcionários como uma necessidade básica para o sucesso, a ideia é que se as pessoas entenderem e comprarem a lógica que esta sendo montada como uma coisa boa elas aplicarão com facilidade. Usamos um modelo muito simples de matriz para entender o funcionamento desta lógica que busca o equilíbrio de três pontos básicos:

Sendo assim temos:

Querer; esta relacionada à ideia de comprometimento da pessoa com o trabalho, com a empresa, com a liderança, é a vontade de fazer algo para que o trabalho de certo, a conquista deste fator exige uma demanda complexa por parte da empresa, esta relacionada a política de emprego da empresa e a capacitação de seus lideres de lidar com seres humanos.

Poder, esta relacionado a autonomia existente no local de trabalho , liberdade para buscar conhecimento e por vontade própria oferecer ou aceitar ajuda de outro componente da equipe.

Saber; é o conhecimento necessário, para a execução de outras tarefas na busca do balanceamento do processo de trabalho, também esta relacionada à disponibilização de informações que lhe permitam uma visão mais ampla do trabalho, informações de cunho técnico ou planejamento das tarefas da equipe.

A seguir apresentamos um modelo de plano para implantar um processo organizado de treinamento objetivando a polivalencia em uma equipe de trabalho.

O que é Polivalência?

1. Conhecer e executar várias operações com qualidade garantida.

2. Executar manutenção produtiva total (pequenas manutenções diagnosticam as maquinas organização e limpeza do posto de trabalho).

3. Executar troca rápida de ferramental.

4. Fazer melhorias no processo de produção.

Qual o objetivo?

1. Flexibilizar a empresa para adaptar-se a demanda do mercado.

2. Aproveitamento mais efetivo da mão de obra.

3. Melhoria da qualidade em função da visão global dos operadores com relação ao processo de fabricação.

4. Motivação e comprometimento, através do enriquecimento do trabalho e fim da divisão de tarefas.

5. Desenvolvimento da produtividade em função do processo de ajuda nas equipes .

Pré-Requisitos

1. Administração participativa.

2. Trabalho em equipe.

3. Promoção da rotatividade nos cargos, inclusive administração.

4. Plano de treinamento Técnico e comportamental.

5. Motivação para a continuidade ( carreiras, PPR ...).

Etapas para Implantação

1 Medição da polivalência atual (consenso)

Definição da polivalência existente na área

Estabelecimento do grau de dificuldade / operação

Avaliação do estagio atual da polivalência

Visibilidade da avaliação

2.Definição de necessidade e metas para a polivalência

Diagnostico do grau de flexibilidade necessária.

Estabelecimento de metas frente ao diagnostico (% a ser atingido / tempo).

Estudo do processo motivacional (reconhecimento).

3. Treinamento

Organizar plano de treinamento comportamental e técnico (em função das necessidades demonstradas no controle, painel).

Implementação pratica do plano.

4. Manutenção da polivalência

Acompanhamento visual dos resultados atingidos

Promoção da rotatividade nas funções

Modelo de planilha para o gerenciamento da polivalencia e planejamento do treinamento

Claudio Antônio Russi
Socío-diretor e Consultor da Proind Consultoria,
e especialista em melhoria de processos

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